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08/12/2009 Meio Ambiente: CNI defende metas voluntárias para a indústria
Copenhague – No momento em que a economia começa a dar sinais de recuperação da crise, e a expectativa de crescimento para o ano que vem chega a 6% do PIB, o Brasil não pode sofrer amarras que travem seu desenvolvimento. “Defendo que haja metas sim, mas como a economia brasileira é muito diversa, com setores amplos e com características diferentes, o ideal é que cada área defina suas metas de redução, com um calendário próprio e as execute”. Foi o que defendeu o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Armando Monteiro Neto, em seu primeiro dia de trabalho na COP 15, a Conferência Internacional sobre o Clima que começou na última segunda-feira (7/12) em Copenhague, na Dinamarca.

A delegação empresarial brasileira chega a 70 integrantes, segundo o diretor-executivo da CNI, José Augusto Fernandes, que também está na capital dinamarquesa. O primeiro dia foi marcado por manifestações e “performances” de ativistas espalhados pela cidade. São esperadas pelo menos 15 mil pessoas de vários países durante os 10 dias de debates. O ponto alto será o encerramento da COP 15, quando os países mais poluidores, como EUA e China, poderão anunciar concessões e definir os limites de um novo tratado climático.

Ontem (7/12), a Agência de Proteção Ambiental dos EUA declarou oficialmente que os gases do efeito estufa ameaçam a saúde humana, o que abre caminho para que suas emissões sejam regulamentadas pelo Executivo norte-americano sem depender de um projeto de lei que está parado no Senado. A medida foi bem recebida pelos participantes do evento de Copenhague, que vai até 18 de dezembro.

Monteiro Neto debateu os objetivos da COP 15 com o embaixador brasileiro na Dinamarca, Georges Lamazière, na sede da representação diplomática brasileira em Copenhague. Durante uma visita de quase uma hora, os dois falaram das expectativas e ponderaram que a liderança exercida pelo Brasil, especialmente depois do G-20, pode influenciar os resultados do novo tratado.

O presidente da CNI esteve também com o presidente da Confederação das Indústrias Dinamarquesas, Hans Skov Christensen, na sede da entidade, no centro de Copenhague. O dirigente dinamarquês se mostrou interessado na economia brasileira e quis saber o segredo para uma expectativa de crescimento tão alta em meio a uma das maiores crises da história. Armando Monteiro Neto relatou que a aposta no mercado interno, com forte consumo, inclusive das classes menos favorecidas, foi o que garantiu uma saída. Para ele, a indústria brasileira soube responder ao desafio de enfrentar as adversidades nas exportações e se adaptar às necessidades do mercado interno.

Nesta terça-feira (8/12), o presidente da CNI visita a Novozymes, líder mundial em inovação, com sede em Copenhague e tem um almoço de trabalho com dirigentes da Maersk, gigante dos transportes marítimos, com 120 mil funcionários e presente em mais de 130 países. Depois, às 16h30, Monteiro Neto concede uma coletiva à imprensa, no Espaço Brasil da COP 15, seguida de um encontro com o negociador-chefe do Brasil na conferência, o embaixador Luiz Alberto Figueiredo Machado, e com o embaixador extraordinário para Mudança do Clima, Sérgio Barbosa Serra.

Fonte: CNI