Marco Tavares, sócio-diretor da Gás Energy New Ventures, disse no Tá na Mesa da Federasul, que projetos como o do terminal de gás natural liquefeito em Rio Grande, podem ajudar o Brasil a ter um melhor aproveitamento do petróleo extraído da camada pré-sal existente no litoral brasileiro. O executivo ministrou, nesta quarta-feira, a palestra “GNL em Rio Grande: da lei do gás ao pré-sal, uma solução inovadora”.
De acordo com Tavares, as modificações no projeto da Lei do Gás, com a criação do consumidor livre, autoprodutor e autoimportador são fundamentais para potencializar a oferta a longo prazo do petróleo do pré-sal. O executivo explicou que o intercâmbio energético no setor do gás, proporcionado por países como Bolívia e Argentina com o Brasil, ficou prejudicado por problemas de ordem política, como o descumprimento de contratos e políticas de subsídio de preços que atrapalharam investimentos necessários ao desenvolvimento do setor nessas regiões. “A integração entre esses países ficou postergada a curto e médio prazo”, explicou.
Esse fator, segundo o executivo, levou a pensar em como o Rio Grande do Sul poderia equacionar seu suprimento energético, mudando a atual situação do Estado, que era abastecido principalmente pelo gás proveniente da Bolívia e da Argentina.
O projeto que a Gás Energy está implantando em Rio Grande integra um terminal fixo de Gás Liquefeito Natural, em parceria com o Fundo InfraBrasil/Santander e a Avir Geração de Energia e uma termoelétrica a gás, em conjunto com a Omega Engenharia e a General Electric do Brasil, totalizando um investimento tecnicamente confirmado de R$ 3 bilhões.
A capacidade inicial de estocagem do terminal será de dois tanques de 125 mil m³ diários de GNL cada, e a capacidade de regaseificação inicial será de 6 milhões de m³ diários, com possível ampliação para 10 milhões de m³ diários, em uma segunda fase. A capacidade instalada da usina será de 1,25 mil MW em ciclo combinado, com consumo de gás de cerca de 5,2 milhões de m³ por dia e ciclo de água combinado com a vaporização do GNL. “O Brasil também é propício à viabilização de projetos como esse, pois o preço da energia está atrelado ao mercado internacional, sem funcionar com subsídios, o que anima os investidores”, disse.
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